A Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou nesta quinta-feira (6) que 2025 deve se tornar o segundo ou terceiro ano mais quente já registrado, mantendo o ritmo acelerado de aquecimento global observado nos últimos anos.
De acordo com a entidade, o planeta vive uma sequência sem precedentes de altas temperaturas, impulsionada pelo recorde de emissões de gases de efeito estufa registrado em 2024.
“Essa sequência de calor extremo, somada aos níveis recordes de gases de efeito estufa, mostra que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5°C nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente essa meta. Mas a ciência também indica que ainda é possível — e essencial — reduzir as temperaturas para 1,5°C até o final do século”, afirmou a secretária-geral da OMM, Celeste Paulo.
Meta do Acordo de Paris sob ameaça
A meta de 1,5°C, estabelecida em 2015 pelo Acordo de Paris, busca evitar os efeitos mais severos das mudanças climáticas, como secas prolongadas, derretimento de geleiras e elevação do nível do mar. No entanto, estudos recentes apontam que o planeta pode já ter ultrapassado esse limite.
Segundo dados da OMM, até agosto de 2025 a temperatura média global estava 1,4°C acima dos níveis pré-industriais, com margem de erro de 0,12°C. O valor é apenas ligeiramente inferior ao recorde de 2024, quando o aquecimento chegou a 1,55°C, a primeira vez em que o limite de 1,5°C previsto no Acordo de Paris foi superado.
O relatório reforça o alerta da comunidade científica: ações imediatas e coordenadas são fundamentais para reduzir as emissões e conter o avanço da crise climática que ameaça ecossistemas, economias e populações em todo o planeta.
