O longa Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, venceu 13 das 16 categorias que estava indicado ao Prêmio Grande Otelo de 2025, da Academia Brasileira de Cinema, nesta quarta-feira (30), na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no Rio de Janeiro.
O filme venceu nas categorias de melhor Longa-Metragem de Ficção, Direção (Walter Salles), Ator (Selton Mello), Atriz (Fernanda Torres), Roteiro Adaptado, Efeito Visual, Fotografia, Direção de Arte, Figurino, Maquiagem, Montagem, Som e Trilha Sonora.
Walter Salles subiu ao palco para receber o prêmio pelo músico americano Warren Ellis, que ganhou Melhor Trilha Sonora por Ainda Estou Aqui.
“Muito obrigado, em nome do Warren. Ele soube das indicações antes de mim, e achou incrível. Para ele, ser indicado no Brasil, é um presente’’, agradeceu o cineasta.
Salles ressaltou também a parceria que teve com Warren que, segundo ele, incorporou na trilha o tipo de resistência que Eunice Paiva arquitetou. “Ele entendeu que ela recusou melodrama e qualquer tipo de sentimentalismo”, disse o cineasta.
A noite, pilotada pelas atrizes Isabel Fillardis e Bárbara Paz, passou por homenagens ao cinema brasileiro desde os tempos da Atlântida de Carmem Miranda até os dias de hoje.
O ator Selton Mello, que recebeu sua primeira indicação em uma premiação, falou emocionado ao receber seu troféu. “Walter, obrigado por ter me chamado para fazer um filme tão importante. Obrigado à família Paiva por ter me acolhido e ter achado que eu era a pessoa certa para fazer Rubens Paiva. Quando o filme estreou em Veneza, eu tive a sensação de que o filme era o corpo do Rubens. E, de uma certa maneira, eu emprestei o meu corpo para esse corpo que nunca voltou. Então, é muito tocante receber esse prêmio. É a minha primeira indicação por esse trabalho”, disse o ator.
A atriz Fernanda Torres, também emocionada, lembrou e ovacionou Eunice Paiva nos dois anos que viveu e fala dela. Ela relembrou o périplo pelo mundo na pele de Eunice Paiva, mas também de todos os filmes que participou.
“Ainda Estou Aqui começou no Rio de Janeiro. E eu sinto que eu dei a volta ao mundo estando de volta aqui, com o Walter. Quero agradecer ao Walter, meu irmão, que me deu essa oportunidade. Eu já estou há 2 anos com a Eunice Paiva, e ela virou uma segunda natureza minha”, disse Fernanda Torres.
“E ela virou uma segunda natureza minha. E eu acho que os atores, eles dependem muito disso, de você encontrar o seu personagem, alguém que você é capaz de dar vida. E eu ter minimamente dado conta dessa grande brasileira, uma mulher que viveu uma época parecida com a que a gente está vivendo, assim, de medo, de insegurança, e que soube ser tão grande. Ela me ensinou tanto com o Walter sobre evitar o melodrama, sobre tentar ser como ator, assim, tentar se abrir para um personagem”, acrescentou sob aplausos.
Confira os vencedores do Prêmio Grande Otelo 2025
Melhor longa-metragem ficção
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles.
Melhor longa-metragem documentário
3 Obás de Xangô, de Sérgio Machado.
Melhor longa-metragem animação
Arca de Noé, de Sérgio Machado e Alois di Leo.
Melhor longa-metragem infantil
Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa, de Fernando Fraiha.
Melhor longa-metragem ibero-americano
Grand Tour (Portugal), de Miguel Gomes.
Indicação: Academia Portuguesa de Cinema
Melhor direção
Walter Salles por Ainda Estou Aqui
Melhor primeira direção de longa-metragem
Pedro Freire por Malu
Melhor atriz de longa-metragem
Fernanda Torres como Eunice Paiva por Ainda Estou Aqui
Melhor ator de longa-metragem
Selton Mello como Rubens Paiva por Ainda Estou Aqui
Melhor atriz coadjuvante de longa-metragem
Juliana Carneiro da Cunha como Dona Lili por Malu
Melhor ator coadjuvante de longa-metragem
Ricardo Teodoro como Ronaldo por Baby
Melhor direção de fotografia
Adrian Teijido, ABC, por Ainda Estou Aqui
Melhor roteiro original
Pedro Freire por Malu
Melhor roteiro adaptado
Murilo Hauser e Heitor Lorega – baseado no livro Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva, por Ainda Estou Aqui
Melhor montagem
Affonso Gonçalves, ACE, por Ainda Estou Aqui
Melhor efeito visual
Claudio Peralta por Ainda Estou Aqui
Melhor som
Laura Zimmerman e Stéphane Thiébaut por Ainda Estou Aqui
Melhor direção de arte
Carlos Conti por Ainda Estou Aqui
Melhor figurino
Claudia Kopke por Ainda Estou Aqui
Melhor maquiagem
Marisa Amenta e Luigi Rochetti por Ainda Estou Aqui
Melhor trilha sonora
Warren Ellis por Ainda Estou Aqui
Melhor série brasileira de ficção, de produção independente, para tv aberta, tv paga ou streaming
Senna – Temporada Única, de Vicente Aamorim
Melhor série brasileira de documentário, de produção independente, para tv aberta, tv paga ou streaming
Falas Negras – 4ª temporada, de Antonia Prado
Melhor série brasileira de animação, de produção independente, para tv aberta, tv paga ou streaming
Irmão do Jorel – 5ª temporada, de Juliano Enrico
Melhor atriz – série de ficção para tv aberta, tv paga ou streaming
Adriana Esteves como Cibele por Os Outros
Melhor ator – série de ficção para tv aberta, tv paga ou streaming
Gabriel Leone como Senna por Senna
Melhor curta-metragem ficção
Helena de Guaratiba, de Karen Black
Melhor curta-metragem documentário
Você, de Elisa Bessa
Melhor curta-metragem animação
A Menina e o Pote, de Valentina Homem e Tati Bond
Voto popular
Milton Bituca Nascimento, de Flavia Moraes (documentário)
(Com informações da Agência Brasil)