Autoridades argentinas redescobriram um conjunto de 83 caixas com material nazista no porão da Suprema Corte do país. Os itens, confiscados em 1941 durante a Segunda Guerra Mundial, foram encontrados enquanto funcionários preparavam a instalação de um museu institucional.
O que havia nas caixas
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Cartões-postais, fotografias e propagandas nazistas
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Cadernos do partido nazista
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Material destinado à disseminação da ideologia de Hitler
A remessa, originária da Alemanha e enviada a partir de Tóquio a bordo do navio japonês Nan-a-Maru, chamou atenção das autoridades argentinas à época pelo volume incomum. Apesar da alegação diplomática de que os itens eram “pertences pessoais”, uma inspeção revelou conteúdo ideológico comprometedor.
Envolvimento do Museu do Holocausto
Após a redescoberta, o conteúdo foi transferido para uma sala segura e o Museu do Holocausto de Buenos Aires foi acionado para colaborar na catalogação e preservação do acervo. Especialistas esperam que o material revele novas informações sobre as estratégias internacionais de propaganda nazista e possíveis redes de financiamento.
Contexto histórico
A Argentina permaneceu oficialmente neutra na Segunda Guerra Mundial até 1944. No entanto, o país já era um conhecido destino de imigrantes europeus — incluindo, posteriormente, criminosos nazistas que fugiram após o fim do conflito.
Entre 1933 e 1954, estima-se que 40 mil judeus tenham chegado à Argentina em busca de refúgio. Hoje, o país possui a maior comunidade judaica da América Latina.
Relevância da descoberta
A Suprema Corte argentina reconheceu que o material pode ter sido utilizado para consolidar a ideologia nazista no país. A investigação agora busca compreender as razões do envio, a possível rede envolvida e as medidas tomadas (ou não) à época pelo sistema judicial.