O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (19), elevar a taxa básica de juros da economia de 13,25% para 14,25% ao ano. O novo patamar é o mais alto desde 2016, quando o país enfrentava uma grave crise econômica.
A decisão foi unânime e ocorre em meio à preocupação do BC com a inflação persistente, impulsionada pelo aquecimento da economia e pelo aumento dos gastos públicos. De acordo com o comunicado divulgado após a reunião, o Copom já antecipa uma possível nova elevação na próxima reunião, marcada para os dias 6 e 7 de maio, embora de menor magnitude.
Impacto da alta dos juros
Com a Selic mais alta, o crédito no país tende a ficar mais caro, afetando diretamente empréstimos, financiamentos e o consumo das famílias. A justificativa do BC para o aumento é conter a inflação, que segue pressionada por fatores como:
- Forte atividade econômica;
- Mercado de trabalho aquecido;
- Gastos públicos elevados;
- Pressões externas, como a valorização do dólar.
Ministro da Fazenda minimiza impacto
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que a alta dos juros já era esperada e que o movimento do Copom segue o que já havia sido sinalizado no final do ano passado. Segundo ele, o aumento faz parte de um processo de controle da inflação e deve ser analisado com cautela.
Banco Central sob nova gestão
Essa é a segunda reunião do Copom sob o comando de Gabriel Galípolo, novo presidente do Banco Central, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a mudança, a diretoria da instituição passou a ter maioria formada por indicados do atual governo, o que pode influenciar futuras decisões sobre a política monetária.
Apesar da alta, especialistas divergem sobre a necessidade de novos aumentos. Enquanto alguns defendem a manutenção da Selic nesse nível para frear a inflação, outros alertam para o impacto negativo nos investimentos e no crescimento econômico.
A próxima reunião do Copom será decisiva para entender os rumos da taxa de juros e os impactos sobre a economia brasileira.
