Na próxima sexta (21), milhares de “lolovers” vão ficar órfãos por todo o país. “Beleza Fatal” chega ao seu 40º e último capítulo entregando mais do que prometeu: um novelão sem vergonha na cara, com muita vingança, segredos de família, vaidades em fúria, reviravoltas a todo momento, violência e (o que anda mais em falta) sexo, muito sexo.
Desde que a vingança de Sofia (Camila Queiroz) atingiu o seu auge na última cena do capítulo 35, os fãs estão doidos para ver aonde a rivalidade da falsa influenciadora contra a dona do império do botox vai dar.
O que se pode dizer, sem dar spoiler, é que os últimos capítulos (em especial o 36) são de um surto jamais visto na TV brasileira –talvez justamente porque não foram pensados para serem mostrados na TV, antes de a Max fechar contrato com a Band, que já está exibindo a trama.
Na entrevista que deu a esta coluna antes de a novela estrear, o autor Raphael Montes disse que teve liberdade criativa total para escrever “Beleza Fatal”. Essa liberdade foi ficando evidente a cada novo lote de cinco capítulos.
Em vez de uma simples mocinha vingadora, Sofia foi reforçando sua admiração e identificação pela vilã Lola, querendo ser cada vez mais como ela e ultrapassando todos os limites éticos para levar a cabo uma vingança que não tinha mais final à vista no horizonte. Perto dela, a falsa empregada Nina fez muito pouco contra Carminha em “Avenida Brasil”.
Motelzinho
Montes ainda foi deixando evidente a inspiração em thrillers americanos dos anos 90 que tinham os dois pés no cafona e numa atmosfera erótica de motel de beira de estrada, como “Instinto Selvagem”, “Assédio Sexual” e “Garotas Selvagens”. A influência, que já se fazia sentir no nome da novela, transbordou para o rosa choque da Lolaland e o figurino das protagonistas sempre no limite do kitsch.
Quando o assunto é sexo, sem entrar em spoilers, houve uma boa leva de personagens se pegando para valer nessa reta final. O cerco foi se fechando, e vários desejos no armário foram aparecendo entre Lola, Sofia, Benjamin, Rog e alguns outros. Rola até uma ótima homenagem ao “Beijo no Asfalto” de Nelson Rodrigues.
O retorno da falsa falecida
Para fazer um rápido balanço da novela, além do óbvio destaque para Camila Pitanga como a pérfida Lola, foi lindo ver Marcelo Serrado ganhar um novo grande personagem com o asqueroso Rog, vulgo Doutor Peitão, e Caio Blat defender bem o fraco e contraditório Benjamin.
Julia Stockler teve grandes cenas como Gisela, a filha com problemas de autoestima da família Argento. Giovanna Antonelli e Augusto Madeira criaram uma bela química como o casal do povão, Elvira e Linovaldo. E Camila Queiroz deu mais um passo em sua evolução como atriz como a vingadora Sofia.
Entre as revelações, destaque para Manu Morelli, que tirou a honesta Carol Argento da zona da chatice. E entre as participações especiais, deu vontade de ver mais Leonardo Miggiorin como a assustadora presidiária Rafuda, exagerando nas aplicações faciais.
Do lado dos pontos fracos, Monica Torres nem precisava ter ressurgido como Ana Argento, a suposta falecida de Átila (Herson Capri) e mãe de Benjamin e Gisela. Depois de anos desaparecida, presumidamente morta num afogamento em Capri, a bonita reapareceu do nada.
Inverossímil, o choque da família com o retorno não durou nem três cenas. Além de vagar pela mansão sem muito objetivo, ainda revelou um bizarro affair com um membro da família. Foi too much.
Agora é aguardar com ansiedade o último capítulo, que a Max vai lançar só nesta sexta às 20h para evitar spoilers. Pois é… a novela é do streaming, mas o “grand finale” vai ser feito igualzinho na TV aberta.
“Beleza Fatal”
Capítulos 36 a 39 disponíveis nesta segunda (17) no Max
Último capítulo nesta sexta (21) a partir das 20h
Fonte: F5