O Brasil recuperou 25 fósseis de insetos extraídos ilegalmente da Chapada do Araripe (CE) e levados para o Reino Unido. O material, que estava à venda em um site especializado, chegou ao país na última semana e foi entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília. Os fósseis serão transferidos para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri (CE).
A repatriação foi possível após uma denúncia de uma pesquisadora em fevereiro de 2023. Com base em laudos que comprovaram a origem brasileira das peças, o Ministério Público Federal (MPF) acionou autoridades britânicas para identificar o vendedor e garantir o retorno dos fósseis.
Agora, o MPF segue investigando os responsáveis pela extração ilegal. Além disso, outras duas repatriações estão em andamento. A Justiça da França analisa a devolução de um esqueleto quase completo de pterossauro da espécie Anhanguera, com 4 metros de envergadura, e de outros 45 fósseis, incluindo tartarugas marinhas, aracnídeos, peixes, répteis, insetos e plantas. O conjunto está avaliado em cerca de 600 mil euros (R$ 4 milhões).
A legislação brasileira proíbe a exploração e comercialização de fósseis sem autorização governamental. Quando são levados para o exterior, a repatriação exige um processo de cooperação internacional para identificação, apreensão e retorno do material ao Brasil.
Chapada do Araripe: tesouro paleontológico ameaçado
A Chapada do Araripe, no Ceará, é um dos mais importantes sítios paleontológicos do mundo, com fósseis do período Cretáceo (145 a 66 milhões de anos). Durante décadas, peças foram retiradas ilegalmente e vendidas para coleções privadas e museus estrangeiros sem registro científico. Desde 2022, mais de mil fósseis extraídos da região foram repatriados da Europa.
(Com informações da Agência Brasil)
