O Brasil encerrou 2024 com 433 mil pessoas possuindo patrimônio superior a US$ 1 milhão, liderando a lista de milionários em dólar na América Latina. Os dados fazem parte de um relatório do UBS (Banco da União da Suíça), que avaliou a distribuição de riqueza em 56 países.
Apesar de ocupar a 19ª posição no ranking global de milionários, o Brasil aparece entre os líderes mundiais quando o assunto é desigualdade de renda e patrimônio. De acordo com o índice de Gini, principal indicador internacional para medir disparidades econômicas, o país registra pontuação de 0,82 — empatado com a Rússia — em uma escala que vai de 0 a 1, na qual números mais próximos de 1 indicam maior desigualdade.
Ranking global de milionários
No ranking global absoluto de milionários, os Estados Unidos aparecem em primeiro lugar, com 23,8 milhões de pessoas com patrimônio superior a US$ 1 milhão — o equivalente a 40% do total mundial. Na sequência aparecem China continental (6,3 milhões), França (2,9 milhões), Japão (2,7 milhões) e Alemanha (2,6 milhões).
Desigualdade extrema
A desigualdade brasileira, medida pelo índice de Gini, coloca o país em posição delicada diante das maiores economias. Com 0,82, o Brasil divide o topo com a Rússia, seguidos por África do Sul e Emirados Árabes Unidos (ambos com 0,81). Até economias mais desenvolvidas e industrializadas aparecem em situação melhor: Estados Unidos têm índice de 0,74; Alemanha, 0,68; e Suíça, 0,67.
Reforma de renda em debate
Os dados ganharam destaque quando a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, usou o relatório do UBS para defender as propostas do governo Lula de reformar a taxação sobre a renda.
“No momento em que o debate nacional é sobre cobrar impostos dos muito ricos que pagam pouco e de aplicações e empresas que têm privilégios, é chocante o relatório do banco UBS sobre distribuição de renda em 56 países”, escreveu Gleisi em sua conta na rede X (antigo Twitter).
A proposta do governo federal, encabeçada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevê a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês. Para compensar, será criada uma nova faixa de cobrança para quem recebe acima de R$ 600 mil ao ano. O projeto é tratado como uma das prioridades econômicas de 2025, mas ainda precisa de aprovação do Congresso Nacional.
(O Otimista)