O empresário Fabrício Brasil Lourenço, de 49 anos, assassinado na noite do último sábado (4) em uma pastelaria de Goiânia, era alvo de uma operação da Polícia Civil que apura um desvio de R$ 10 milhões na área da saúde.
De acordo com informações da TV Anhanguera, Fabrício atuava como secretário executivo da associação União Mais Saúde, entidade que firmou um convênio com a Prefeitura de Goiânia para a realização de exames destinados a pacientes transplantados e com doença de Crohn, uma enfermidade intestinal rara.
O contrato, firmado em agosto de 2024, previa o repasse de R$ 10 milhões, mas o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) determinou sua suspensão após identificar irregularidades. Segundo as investigações, não houve processo de licitação e a associação teria procurado diretamente a prefeitura oferecendo o serviço. Mesmo assim, no mesmo dia da assinatura do convênio, foram pagos R$ 5 milhões, sem que houvesse comprovação da execução dos exames.
A operação, batizada de Speed Cash, faz referência à rapidez com que o contrato foi celebrado. Até o momento, ninguém foi preso.
Crime em pastelaria
Fabrício foi morto a tiros na porta de sua pastelaria, localizada em Goiânia. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que ele sai do estabelecimento com sacos de lixo e é surpreendido por dois homens armados e de capacete, que disparam e fogem em seguida.
A Polícia Civil investiga o caso e informou que o inquérito corre sob sigilo. A associação União Mais Saúde foi procurada pela imprensa, mas não se manifestou até o fechamento desta matéria.
O assassinato do empresário reacende a atenção sobre as investigações de desvios de recursos públicos na saúde municipal, que vêm sendo acompanhadas por órgãos de controle desde o ano passado.