O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou o ex-presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Olávio Teles Fonseca, pelos crimes de estupro, abuso sexual, violência psicológica e coação contra funcionárias da instituição. A denúncia também inclui Miguel Mendonça Cardoso, ex-diretor de Tecnologia da Informação do sindicato, acusado de ajudar a encobrir os crimes e pressionar as vítimas a permanecerem em silêncio.
De acordo com o MP, Olávio se valia do cargo de presidente para cometer os abusos dentro da própria sede do sindicato. As vítimas relataram que os crimes aconteciam na sala da presidência, único ambiente sem câmeras de segurança e com isolamento acústico, além de uma trava eletrônica controlada exclusivamente por ele. Segundo a denúncia, o ex-dirigente chamava as funcionárias sob o pretexto de tratar de assuntos administrativos, mas fazia comentários inapropriados sobre seus corpos, que evoluíam para toques e atos libidinosos sem consentimento.
As investigações apontam que, após as primeiras denúncias, Olávio teria ameaçado e coagido as vítimas e outros funcionários, afirmando que era “rico e influente” e que “jamais seria preso”. O Ministério Público destacou ainda que ele chegou a ameaçar de morte quem se voltasse contra ele.
O ex-presidente foi preso preventivamente no dia 13 de novembro, na sede do sindicato, em Rio Verde, região Sudoeste de Goiás. As investigações começaram em setembro, após denúncia anônima feita à Polícia Civil.
Segundo o MP, quando os abusos vieram à tona, Olávio negou as acusações e chorou diante dos colegas, mas posteriormente intensificou as perseguições dentro da instituição. Ele também teria demitido uma das vítimas e espalhado boatos para tentar desacreditar os relatos das mulheres.
Inicialmente, a Polícia Civil havia identificado três vítimas — duas funcionárias efetivas e uma estagiária —, mas o número subiu para quatro durante a apuração.
O Sindicato Rural de Rio Verde informou, em nota, que Olávio Teles Fonseca se afastou voluntariamente do cargo e reforçou que a entidade não compactua com práticas que violem princípios éticos ou morais.
Até o momento, a defesa dos denunciados não se manifestou.
(Com informações do Ministério Público de Goiás e da Polícia Civil)








