domingo , 24 de agosto de 2025 @ 09:03

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aborto clandestino em motel

Jovem morre após aborto clandestino em motel de Ceres; casal é preso suspeito de envolvimento

Uma jovem de 20 anos morreu após se submeter a um aborto clandestino dentro de um motel em Ceres, região central de Goiás. Segundo informações da Polícia Civil, o procedimento foi realizado de forma ilegal com o envolvimento de um cirurgião-dentista e uma técnica em enfermagem, que foram presos em flagrante e tiveram a prisão convertida para preventiva.

A jovem foi levada inconsciente até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade na última sexta-feira (1º), apresentando crises convulsivas e sinais compatíveis com um aborto mal-sucedido. Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu e teve a morte confirmada na unidade.

De acordo com o delegado Nelinho Almeida, a vítima mantinha um relacionamento com o cirurgião-dentista preso, que estava acompanhado da atual namorada, uma técnica de enfermagem. A investigação aponta que os dois prepararam uma substância abortiva em 100 ml de soro fisiológico e realizaram a aplicação dentro do quarto do motel.

O procedimento resultou em complicações graves, e o casal, após tentativas de manobras de reanimação, levou a jovem para atendimento médico. “Eles tinham ciência dos riscos à vida da jovem e sabiam da ilegalidade do procedimento”, afirmou o juiz que analisou a audiência de custódia.

Em depoimento, a técnica em enfermagem admitiu ter aplicado as doses do medicamento para interromper a gestação. O cirurgião-dentista relatou que a jovem o procurou informando a gravidez e que ele teria oferecido apoio, independentemente da decisão dela. Segundo ele, foi a própria vítima quem optou pelo aborto, e então passou a pesquisar sobre o procedimento junto com ele.

A polícia realizou a apreensão de materiais utilizados no procedimento para análise pericial. A investigação segue em andamento para esclarecer todos os detalhes do caso.

O motel em que o fato ocorreu divulgou nota lamentando a morte da jovem e afirmou que “não compactua com qualquer prática ilegal ou que atente contra a vida e os direitos humanos”.

A reportagem aguarda posicionamento dos conselhos regionais de Odontologia e Enfermagem sobre o envolvimento dos profissionais no caso.

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