O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe de Estado, ultrapassou as fronteiras brasileiras e passou a ser acompanhado em tempo real pela Casa Branca.
Segundo fontes ligadas à administração de Donald Trump, há uma lista de sanções e tarifas que podem ser anunciadas de forma imediata, a depender do rumo do processo no Brasil. A postura inédita reforça o peso político do caso, já que julgamentos da Suprema Corte brasileira raramente mobilizam Washington de forma tão direta.
Medidas em avaliação por Trump:
- Suspensão de vistos a autoridades brasileiras;
- Sanções financeiras a integrantes do Executivo e Judiciário;
- Revisão da lista de produtos isentos do tarifaço de 50% imposto às exportações brasileiras;
- Ampliação da Lei Global Magnitsky, atingindo ministros do STF.
Trump já havia classificado o julgamento como uma “caça às bruxas” e condicionou negociações comerciais à suspensão do processo. Em declarações recentes, voltou a defender Bolsonaro, chamando-o de “um homem honesto”.
Mobilização da família Bolsonaro nos EUA
O deputado Eduardo Bolsonaro e o ativista Paulo Figueiredo viajam a Washington na quarta-feira (3), segundo dia do julgamento. O objetivo é manter interlocutores do governo americano informados sobre o processo. Ambos defendem novas sanções como forma de pressionar por anistia a Bolsonaro e seus aliados.
Possíveis impactos econômicos
Wandemberg Almeida, presidente do Corecon-CE, elenca:
- Sanções adicionais aumentariam a percepção de risco em relação ao Brasil;
- Poderiam derrubar ações, desvalorizar o real e encarecer custos internos;
- Afetariam diretamente consumo, investimentos e emprego, revertendo a queda do desemprego.
Eduardo Neves, economista, avalia:
- Medidas mais duras, como tarifaço de 50% sobre aço, carne e café, atingiriam exportações estratégicas;
- Um cenário extremo, como bloqueio de reservas em dólar, poderia levar à recessão, fuga de capitais e isolamento financeiro.