A Justiça do Rio concedeu, nesta segunda-feira (2/6), habeas corpus ao funkeiro MC Poze do Rodo, preso temporariamente na semana passada por suspeita de apologia ao crime e envolvimento com o tráfico de drogas. A decisão criticou a conduta da Polícia Civil durante a prisão.
Preso na quinta (29/5), Poze foi algemado com as mãos para trás, sem camisa e descalço, durante uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). O desembargador Peterson Barroso Simão afirmou que a prisão foi desproporcional e que não havia provas concretas de posse de drogas ou armas.
Segundo o magistrado, Poze já foi absolvido em duas instâncias em outro processo semelhante, e a prisão não é o caminho mais eficaz para combater o crime organizado. “O alvo deve ser a cúpula das facções, não o elo mais fraco”, declarou.
O cantor foi liberado com medidas cautelares, como:
-
Comparecimento mensal à Justiça;
-
Proibição de sair da comarca;
-
Proibição de contato com investigados ou membros do Comando Vermelho;
-
Obrigação de manter telefone de contato atualizado.
Esposa de MC Poze é alvo de operação contra lavagem de dinheiro
Enquanto Poze era solto, Vivi Noronha, influenciadora e esposa do cantor, se tornou alvo de outra operação da Polícia Civil. Ela é investigada por receber quase R$ 1 milhão de laranjas ligados ao traficante Fhillip da Silva Gregório, o “Professor”, morto no último domingo (1º).
Segundo o Coaf, foram R$ 858 mil depositados na conta da empresa de Vivi e R$ 40 mil na conta pessoal, todos oriundos de esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho.
De acordo com a polícia, Vivi servia como elo entre o tráfico e o consumo digital, ajudando a legitimar o dinheiro ilícito nas redes sociais. A operação bloqueou 35 contas bancárias e foi realizada em endereços do Rio e de São Paulo.