Mesmo após aceitarem um prazo de 30 dias para negociação com o Governo de Goiás, médicos e psicólogos credenciados ao Detran-GO iniciaram uma paralisação parcial nos dias 15 e 16 de julho. A interrupção dos atendimentos, feita sem aviso prévio, foi encarada como uma forma de pressão por reajuste nos valores pagos pelos serviços — custo que recai diretamente sobre quem deseja tirar ou renovar a CNH.
A proposta de negociação foi formalizada em reunião com o governador em exercício, Daniel Vilela, e o presidente do Detran-GO, Waldir Soares, no dia 14. No encontro, os representantes das categorias sinalizaram concordância com o prazo para apresentar propostas técnicas. No entanto, no dia seguinte, decidiram manter a paralisação, o que gerou reação do governo. “Nos causa estranheza, porque o diálogo sempre esteve aberto”, disse o delegado Waldir.
O Detran-GO afirma estar disposto a discutir uma eventual revisão dos valores, desde que haja responsabilidade técnica e financeira. Atualmente, médicos recebem R$ 90 por consulta e psicólogos, R$ 100 — valores pagos diretamente pelos usuários. Mesmo com atendimento rápido e carga horária reduzida, há casos de faturamento elevado: um médico chegou a receber R$ 228 mil no primeiro semestre deste ano.
A autarquia lembra ainda que os profissionais são prestadores de serviço, sem vínculo com o Estado. Eles têm autonomia sobre sua agenda, locais de atendimento e estrutura — sendo que, nas unidades públicas, contam com salas climatizadas e privativas.
Apesar da paralisação nos exames médicos e psicológicos, os demais serviços do Detran-GO seguem funcionando normalmente. Um novo cronograma será definido para atender a população afetada.
