Após intensas negociações mediadas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-18), motoristas e trabalhadores do transporte coletivo de Goiânia conquistaram um reajuste salarial de 6,5% e anunciaram o cancelamento da greve que estava prevista para começar nesta segunda-feira (1º). O entendimento entre patrões e empregados também resultou em um aumento de 7% no ticket alimentação, além de outros benefícios acordados durante a audiência desta segunda-feira, 30 de junho.
A reunião foi conduzida pela desembargadora Iara Rios, que destacou o esforço conjunto para evitar a paralisação de um serviço essencial à população. “Ambas as partes fizeram concessões para chegarmos a um bom acordo. Com isso, quem ganha é a sociedade, que seria diretamente afetada por uma paralisação do transporte público”, afirmou a magistrada.
Entre os pontos acordados, estão ainda a entrega de dois uniformes por ano aos trabalhadores e a garantia de cesta natalina para profissionais demitidos entre 15 de outubro e 15 de dezembro. As propostas foram discutidas com a presença de representantes do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo (Sindcoletivo) e do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET).
Carlos Alberto, presidente do Sindcoletivo, reconheceu que o índice de reajuste ficou aquém do esperado, mas ressaltou a importância do serviço prestado pela categoria:
“Esperávamos propostas maiores, mas sabemos que somos um serviço essencial. Vamos continuar lutando por melhores condições no próximo ano.”
As tratativas entre trabalhadores e empresários começaram ainda em dezembro de 2024, com diversas reuniões na Superintendência Regional do Trabalho e no próprio TRT. Carlos Alberto enfatizou a rotina exaustiva enfrentada pela categoria:
“O motorista que começa às 4h da manhã só termina depois das 2h da madrugada. É um trabalho árduo e fundamental para a cidade.”
Do lado patronal, Adriano Oliveira, presidente do SET, avaliou positivamente o desfecho das negociações. Segundo ele, este é o terceiro ano consecutivo com reajuste salarial e o aumento acompanha os índices inflacionários, garantindo ganho real aos trabalhadores.
“A paralisação neste momento poderia comprometer o processo de transformação pelo qual passa o transporte em Goiânia. O acordo representa avanço e estabilidade.”
O procurador do trabalho Alpiniano Lopes também participou da mediação e destacou a importância de preservar o funcionamento de serviços essenciais:
“Mesmo quem não depende do ônibus diretamente, sente o impacto. A cidade para. Todos saem ganhando com esse acordo: trabalhadores, empresas, a Justiça e, principalmente, a sociedade.”
Com o acordo firmado, a rotina do transporte coletivo em Goiânia segue sem interrupções, e os trabalhadores garantem direitos importantes em meio aos desafios do setor.