quarta-feira , 09 de julho de 2025 @ 16:33

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Overweight or fat adult man in very tight jeans with measuring tape on a gray background. Healthcare, medicine concept.

Obesidade pode atingir 119 milhões de adultos no Brasil até 2030, alerta Atlas Mundial

O número de brasileiros com sobrepeso e obesidade deve crescer de forma acelerada nos próximos anos, segundo o Atlas Mundial da Obesidade, divulgado nesta segunda-feira (3) pela Federação Mundial da Obesidade. A projeção aponta que, até 2030, 68% da população adulta do país apresentará Índice de Massa Corporal (IMC) elevado — acima de 25 kg/m², considerado sobrepeso — e, destes, grande parte estará na faixa de obesidade, com IMC acima de 30 kg/m².

De acordo com o levantamento, o número de homens com IMC alto deve saltar de 38,5 milhões em 2015 para 55,8 milhões em 2030. Entre as mulheres, o aumento pode ser ainda maior: de 41,4 milhões para 63,3 milhões no mesmo período. Isso significa que o total de adultos com peso acima do recomendado pode crescer de 79 milhões para 119 milhões no Brasil.

Impacto global e desafios no Brasil

Atualmente, mais de 1 bilhão de pessoas convivem com obesidade no mundo. Caso medidas eficazes não sejam adotadas, o número pode ultrapassar 1,5 bilhão em cinco anos. A condição está ligada ao aumento de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, derrames e alguns tipos de câncer. Estima-se que cerca de 4 milhões de mortes anuais sejam atribuídas ao IMC elevado.

No Brasil, 60.913 mortes prematuras em 2021 foram associadas a doenças relacionadas à obesidade. Apesar de o país figurar entre os 17 com mais políticas para combater o problema, especialistas alertam que a implementação ainda é frágil. Cerca de 40% a 50% dos adultos brasileiros não praticam atividade física suficiente, e o consumo de bebidas açucaradas continua elevado — entre 1 e 2,5 litros por semana por pessoa.

Políticas públicas e barreiras sociais

A Federação Mundial da Obesidade analisou a presença de políticas-chave para promover dietas saudáveis e atividade física. Dois terços dos países pesquisados (126 de 194) não possuem nenhuma ou apenas uma política em vigor. Apenas 7% das nações têm sistemas de saúde preparados para lidar com o avanço da obesidade.

No Brasil, embora exista um arcabouço de diretrizes, o presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), Fábio Trujilho, destaca que fatores como insegurança alimentar e violência urbana dificultam a adoção de hábitos saudáveis. “Não basta dizer às pessoas para comerem melhor. É preciso garantir acesso a alimentos nutritivos e ambientes seguros para atividades físicas”, afirma.

O SUS, por sua vez, ainda não disponibiliza medicamentos para perda de peso e prioriza estratégias como alimentação saudável e promoção da atividade física. Especialistas defendem o fortalecimento da atenção básica, com profissionais capacitados para acompanhar pacientes em situação de vulnerabilidade.

📊 Projeção preocupante
Se nada for feito, o Brasil pode enfrentar uma crise de saúde pública nos próximos anos, com o avanço da obesidade sobrecarregando o sistema de saúde e aumentando o número de mortes evitáveis.

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