quarta-feira , 09 de julho de 2025 @ 14:32

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Oi pede mais 180 dias para renegociar recuperação judicial e evitar colapso financeiro

A operadora Oi solicitou à Justiça uma suspensão de 180 dias no cumprimento de seu atual Plano de Recuperação Judicial (PRJ), aprovado em maio de 2024. O pedido, feito à 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro na terça-feira (1º), foi confirmado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quarta (2). A medida visa dar tempo para renegociar os termos com credores e evitar bloqueios judiciais ou impacto negativo no caixa da empresa.

Segundo a Oi, diversos fatores comprometeram o cumprimento do plano atual. Entre eles, está a frustração na venda da unidade ClientCo, que arrecadou R$ 5,7 bilhões — abaixo da expectativa de R$ 7,3 bilhões — e, em sua maioria, em ativos não convertidos em dinheiro. Também houve atraso na mudança do modelo de concessão, o que impediu o recebimento de receitas regulatórias previstas. Além disso, as ações trabalhistas explodiram: as despesas mensais com esses processos saltaram 1.200% em um ano, alcançando R$ 32,5 milhões.

Apesar de ter captado US$ 655 milhões, vendido ativos e fechado um acordo com a Anatel para parcelar uma dívida de R$ 8,4 bilhões, a nova gestão — no comando desde dezembro de 2024 — afirma que a situação da empresa é mais grave do que se previa.

Para ajustar o plano, a Oi propõe alternativas como: pagamento à vista de até R$ 9 mil para credores trabalhistas (limitado a R$ 30 milhões), parcelamento de dívidas maiores em até três anos, quitação com cotas de um fundo imobiliário avaliado em R$ 4 bilhões e uso de depósitos judiciais tanto para quitar dívidas como reforçar o caixa.

A empresa argumenta que as mudanças são cruciais para manter cerca de 22 mil empregos e garantir a continuidade da “Nova Oi”, agora focada em serviços para empresas (B2B), que gerou receita de R$ 3,1 bilhões em 2024.

Se a Justiça aprovar a solicitação, uma nova assembleia de credores será convocada para votação das alterações. Caso o pedido seja negado, o plano atual volta a valer com cobrança imediata das dívidas e sem a proteção judicial. A Oi está em recuperação desde 2016 e entrou com novo pedido em dezembro de 2023.

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