Mesmo diante dos riscos de segurança e alertas internacionais, o coach e empresário Pablo Marçal lidera uma caravana com cerca de 220 brasileiros em uma mentoria espiritual pelo Egito, Jordânia e Israel, em plena instabilidade na região. O grupo entrou em Israel na quarta-feira (25), logo após o cessar-fogo entre Israel e Irã.
Mentoria em cenário de conflito
A viagem, divulgada por Marçal em suas redes sociais com dois meses de antecedência, começou no último dia 18 — cinco dias após o início do confronto entre Tel Aviv e Teerã. Segundo ele, a entrada do grupo em Israel teve autorização formal do governo local, e não há previsão de retorno ao Brasil.
“Não estamos aqui por turismo, mas por propósito”, disse Marçal em nota. “Enquanto muitos são paralisados pelo medo, nós fomos os primeiros a pisar aqui neste momento.”
A esposa do coach e dois de seus quatro filhos também acompanham a viagem. O pacote original previa dez dias de duração, até o próximo sábado (28/6), sem divulgar valores ao público.
Governo brasileiro desaconselha viagens à região
Desde outubro de 2023, o Itamaraty orienta que brasileiros evitem viagens não essenciais a Israel, Gaza e países vizinhos, devido ao conflito entre Israel e Hamas. Na semana passada, autoridades brasileiras — incluindo prefeitos e um governador — deixaram Tel Aviv às pressas durante ataques de retaliação iranianos.
Apesar do contexto delicado, Marçal mantém a postura firme. Em vídeos divulgados nesta semana, ele afirma que a jornada tem motivação espiritual e que os participantes são “governantes sendo curados na alma, no espírito e no corpo”.
Histórico polêmico
Em maio de 2024, Pablo Marçal se tornou réu por ter, supostamente, colocado em risco a vida de 32 pessoas durante uma expedição ao Pico dos Marins, em 2022. Na ocasião, ele foi acusado de organizar uma travessia sem as devidas condições de segurança. A defesa nega qualquer irregularidade.
Viagem com “propósito”, não turismo
Segundo a sócia de Marçal, Ana Ferraz, o grupo chegou ao Egito em clima de tensão, enfrentando incertezas e alertas internacionais. “Enquanto o mundo saía da região, a gente entrava. O Pablo nunca duvidou”, relatou ela.
A experiência, segundo os organizadores, tem um viés espiritual e simbólico: a travessia do Egito até Israel foi descrita como um “Êxodo moderno”, com oração, jejum e mensagens de fé.