A Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, passa por um processo de reestruturação dos serviços, conforme confirmou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Os atendimentos de urgência e emergência serão redirecionados para as maternidades Dona Íris e Nascer Cidadão, que absorverão os casos conforme o novo perfil de atendimento.
A mudança ocorre após a decisão da Prefeitura de Goiânia de reconfigurar a unidade, que é administrada pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), ligada à Universidade Federal de Goiás (UFG). A gestão afirma que não há plano de fechamento da maternidade, mas sim uma reorganização dos serviços de acordo com a demanda e visando a sustentabilidade financeira dos convênios.
Funcionários relataram o encerramento de diversos serviços, como o Centro de Parto Normal (CPN), posto de coleta de leite, testes do pezinho, linguinha, orelhinha, entre outros. A SMS, no entanto, não confirma oficialmente esses fechamentos específicos, mas admite que casos de maior complexidade continuarão sendo atendidos via regulação.
A Prefeitura faz uma comparação com o Hospital Estadual da Mulher (Hemu) para justificar os motivos da reestruturação. Enquanto o Hemu realiza até 90% mais atendimentos com menor custo mensal, a Maternidade Célia Câmara, mesmo com investimento de R$10 milhões mensais em 2024, registrou números significativamente inferiores:
- Hospital Estadual da Mulher (Hemu): R$9 milhões/mês, com 98.434 atendimentos ambulatoriais e 9.309 procedimentos hospitalares (jan-nov/2024).
- Maternidade Célia Câmara: R$10 milhões/mês, com 11.955 atendimentos ambulatoriais e 6.052 procedimentos hospitalares (jan-nov/2024).
A Prefeitura destaca que a medida busca evitar a paralisação dos serviços e o acúmulo de dívidas com a Fundahc, como ocorria em gestões anteriores. Ainda não há data definida para a implementação completa das mudanças.