Vídeos de produtores rurais descartando frutas e legumes, como mangas, melancias e chuchus, voltaram a circular nas redes sociais, gerando forte reação do público. Apesar da recente viralização, algumas dessas imagens não são novas, mas ilustram uma prática recorrente em momentos de excesso de oferta e queda nos preços.
Por que os alimentos são jogados fora?
Segundo especialistas, o descarte estratégico visa evitar prejuízos. Produtores de pequeno e médio porte, ao perceberem que o preço de venda será muito baixo, optam por não escoar a produção. O objetivo é manter o valor de mercado e garantir rentabilidade em futuras safras.
Impactos do excesso de produção
A alta tecnologia no campo tem elevado a produtividade. Em 2024, a safra brasileira deve crescer 8,3%, atingindo 322,47 milhões de toneladas, segundo a Conab. Isso pressiona o mercado e dificulta a comercialização de alimentos perecíveis.
Para muitos produtores, vender a preços baixos compromete o planejamento financeiro da próxima safra. Além disso, o custo com transporte e logística pode superar a renda obtida com a venda.
Descarte não é prática nova
A estratégia de queima ou descarte de produtos para manter preços já foi usada no passado. Na crise de 1929, sacas de café foram jogadas ao mar pelo Brasil. A lógica permanece: reduzir a oferta para tentar sustentar o preço.
Críticas nas redes sociais
Internautas reagiram negativamente à destruição dos alimentos. “Descartar comida em bom estado devia ser crime”, escreveu um usuário na plataforma X (antigo Twitter).
Governo tenta melhorar escoamento
Para reduzir perdas, o governo lançou o Plano de Escoamento da Safra 2024/2025, com previsão de R$ 4,5 bilhões em investimentos em logística e infraestrutura. A meta é facilitar o transporte e reduzir custos para os produtores.