Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que as recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem fazer parte de uma estratégia para facilitar uma eventual fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) do Brasil. A ideia seria alegar perseguição política diante das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, que podem levar à sua prisão. A informação é da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
Aliados relatam que Bolsonaro estaria “em pânico” com a possibilidade de ser preso. Nas redes sociais, Trump tem defendido o ex-presidente, afirmando que ele é alvo de uma “caça às bruxas”. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump declarou que o julgamento de Bolsonaro “não deveria estar acontecendo” e pediu que “termine imediatamente”, classificando a situação como uma “desgraça internacional”.
As falas de Trump — que chegou a impor tarifas de 50% a produtos brasileiros durante seu governo — são interpretadas por ministros do STF como uma tentativa de reforçar a narrativa de perseguição política para Bolsonaro.
O Supremo também leva em conta o histórico do ex-presidente em relação a manobras para evitar processos judiciais. Em dezembro de 2022, Bolsonaro viajou para os Estados Unidos antes de encerrar o mandato, alegando um “pressentimento” de que enfrentaria problemas no Brasil.
Outro episódio lembrado é a estadia de duas noites de Bolsonaro na embaixada da Hungria, em Brasília, após ter o passaporte retido pela Polícia Federal. Para os ministros, o gesto pode ter sido um teste para uma eventual fuga.
Além disso, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, vem se referindo a si mesmo como “deputado em exílio” nos Estados Unidos, o que reforça a percepção de que a família estaria se preparando para deixar o país.
