Diplomatas do mundo todo, no Vaticano, nesta sexta-feira (16), testemunharam a primeira declaração polêmica de Leão XIV desde que virou papa. Ele defendeu de forma clara a união entre homem e mulher como o alicerce da família.”É responsabilidade dos governantes trabalhar para construir sociedades civis harmoniosas e pacíficas. Isso pode ser alcançado, acima de tudo, investindo na família, fundada na união estável entre um homem e uma mulher”, disse o pontífice.
A declaração foi dada em audiência diplomática, evento que faz parte do calendário obrigatório sempre que um novo papa é escolhido. O Brasil foi representado pelo embaixador junto à Santa Sé, Everton Vieira Vargas. Durante o encontro, Leão XIV reiterou posições sagradas para a Igreja Católica, como a oposição ao aborto. O aceno progressista ficou por conta da defesa que o papa fez sobre a tolerância religiosa e o diálogo entre as religiões.
Foi a primeira vez que o papa Leão XIV posicionou-se de forma clara sobre questões de gênero, depois de ascender ao pontificado. Mas quando cardeal, ele já havia se manifestado publicamente contra a união entre pessoas do mesmo sexo abençoadas pela Igreja.
Defesa dos imigrantes
Ainda no encontro, o papa reafirmou a defesa dos povos imigrantes. Na ocasião, Leão XIV fez referência à própria trajetória. O papa nasceu nos Estados Unidos, mas construiu grande parte de sua vida religiosa no Peru, país onde o então cardeal Robert Prevost conquistou nacionalidade.
“A minha própria história é a de um cidadão, descendente de imigrantes, que por sua vez emigraram”, discursou o papa. “Cada um de nós, ao longo da vida, pode encontrar-se saudável ou doente, empregado ou desempregado, na sua terra natal ou numa terra estrangeira. A nossa dignidade, no entanto, permanece sempre a mesma, a de uma criatura querida e amada por Deus.”
(O Otimista)