O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento nesta terça-feira (10/6) ao Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro negou envolvimento em ações golpistas, minimizou reuniões com militares e reconheceu excessos em sua retórica.
Principais destaques do depoimento de Bolsonaro ao STF
• Negativa de plano golpista
Bolsonaro afirmou que jamais participou de qualquer articulação para um golpe de Estado e negou ter sido ameaçado de prisão por comandantes das Forças Armadas.
• Reuniões com militares
Admitiu encontros com oficiais após as eleições, mas alegou que foram “informais” e trataram apenas de hipóteses “dentro da Constituição”, descartadas posteriormente.
• Minuta do golpe
Negou autoria ou responsabilidade pelo documento encontrado com Anderson Torres, que previa intervenção no TSE. Disse que apenas viu a minuta “rapidamente” na TV durante reunião.
• Críticas às urnas e defesa do voto impresso
Voltou a questionar a segurança do sistema eletrônico de votação brasileiro e defendeu o modelo adotado em países como Paraguai e Venezuela, que incluem contagem manual.
• Desculpas a Alexandre de Moraes
Pediu desculpas ao ministro por insinuações passadas de corrupção, alegando que foram um “desabafo” sem provas.
• Desmobilização e ambiente político
Disse que “não havia clima” para um golpe e que o cenário era de desmobilização. Chamou pedidos por intervenção militar e AI-5 de “coisa de maluco”.
• Isolamento após a derrota nas urnas
Relatou que, após o resultado das eleições, viveu um “vazio” e buscou conversas com generais de forma pessoal e não institucional.
• Atos de 8 de janeiro e bloqueios em rodovias
Negou participação nos atos golpistas de 8/1 e disse que gravou vídeos pedindo paz e desobstrução de estradas.