A família da brasileira Juliana Marins, que morreu após uma queda no Monte Rinjani, na Indonésia, solicitou oficialmente à Justiça uma nova autópsia no corpo da jovem, questionando a transparência do processo conduzido pelas autoridades locais. A medida foi tomada com o apoio do Gabinete de Gestão Integrada de Segurança (GGIM) da Prefeitura de Niterói e da Defensoria Pública da União (DPU-RJ).
Pedido de nova perícia aguarda decisão judicial
Apesar do pedido já protocolado, o Plantão Judiciário da Justiça Federal declinou da decisão, que agora será avaliada pelo juiz natural do caso. O corpo de Juliana permanece em Bali, aguardando o translado para o Brasil.
Família critica divulgação do laudo antes do acesso oficial
A primeira autópsia foi realizada em Bali no dia 26 e apontou múltiplas fraturas e lesões internas como causa da morte. O laudo afirma que Juliana sobreviveu por cerca de 20 minutos após o impacto, sem sinais de hipotermia. A divulgação dessas informações gerou revolta entre os familiares.
“É absurdo atrás de absurdo. Antes de termos acesso ao laudo, o médico deu uma coletiva à imprensa. Fomos desrespeitados como família”, declarou Mariana Marins, irmã da vítima.
Impasse com companhia aérea atrasa translado
No domingo (29/6), a família fez um apelo público à companhia aérea Emirates para confirmar o voo de retorno do corpo ao Brasil. Segundo Mariana, o embarque estava previsto, mas a companhia alegou falta de espaço no porão de carga e se recusou a garantir a chegada do corpo ao Rio de Janeiro, oferecendo como alternativa apenas o desembarque em São Paulo.
“O medo é que a demora impeça uma nova autópsia. O embalsamamento tem validade curta. Estamos sendo tratados com descaso do início ao fim”, desabafou Mariana.
A Emirates afirmou que está apurando o caso.
Governador da região admite falhas no resgate
Em um vídeo oficial divulgado no sábado (28/6), o governador da província de Sonda Ocidental, Lalu Muhamad Iqbal, reconheceu a falta de estrutura no resgate da brasileira e prometeu rever os protocolos de emergência.
“O terreno dificultou o uso de helicópteros e nossa equipe ainda carece de equipamentos modernos e profissionais certificados”, admitiu Iqbal.
“A trilha do Rinjani precisa urgentemente de mais segurança. É hoje uma rota internacional, não apenas um destino local.”
Desde o acidente, autoridades brasileiras e veículos de imprensa têm enfrentado dificuldade em obter respostas das instituições indonésias envolvidas.