A Polícia Civil de Goiás concluiu um inquérito criminal e indiciou Avelino Marcos da Silva pelo crime de falsificação de documento particular. A investigação, conduzida pelo delegado Gilberto da Silva Ferro, titular da 20ª Delegacia, revelou um esquema fraudulento que envolveu a produção de documentos falsificados para a migração de maçons entre diferentes potências maçônicas sem o pagamento de débitos pendentes.
O caso veio à tona após denúncia do Grão-Mestre do Grande Oriente de Goiás (GOG), Abdala Hana Obeid, que alertou sobre a entrada irregular de 33 maçons no Grande Oriente do Brasil – Goiás (GOB-GO) com documentos adulterados. O inquérito aponta que Avelino falsificou os chamados “Quites-Placet”, que comprovam a quitação de débitos, permitindo que os envolvidos mudassem de obediência maçônica sem pagar os valores devidos.
O delegado reuniu provas como documentos suspeitos, mensagens trocadas no WhatsApp e perícias da Polícia Científica, que confirmaram a falsificação de assinaturas e até pagamentos fraudados. Durante as investigações, alguns dos envolvidos confessaram que tinham conhecimento da irregularidade e que mesmo assim solicitaram ingresso no GOB-GO.
Provas comprometedoras
Uma das principais evidências contra Avelino Marcos da Silva foi um pen-drive contendo conversas trocadas no WhatsApp. Em uma delas, ele comemorava a falsificação e destacava a qualidade dos documentos adulterados:
“Eu que fiz… ficou bom, né… original… até com assinatura eletrônica”, afirmou Avelino a um interlocutor.
Além disso, ele revelou que o custo de emissão legítima dos documentos seria R$ 3.000,00 por maçom, mas que a versão falsificada saía por R$ 1.000,00 – com direito até a parcelamento no cartão de crédito. Em tom de brincadeira, ele ainda ofereceu a falsificação em troca de salgados: “Você traz três coxinhas pra cada um aqui de nós e está ótimo”, disse em uma das mensagens.
Rompimento entre Grão-Mestres e desdobramentos jurídicos

Ao perceber a fraude, Abdala Hana Obeid tentou alertar Ari de Oliveira, Grão-Mestre do GOB-GO, sobre a irregularidade na filiação dos 33 maçons. No entanto, Ari manteve a aceitação dos membros, o que resultou no rompimento das relações entre os dois líderes maçônicos.
O crime de falsificação de documento particular está previsto no Artigo 298 do Código Penal e prevê pena de um a cinco anos de reclusão, podendo ser aumentada em até 2/3 em caso de crime continuado. Agora, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que poderá oferecer denúncia contra os envolvidos ou solicitar novas investigações.
Principais pontos do inquérito:
- Avelino falsificou documentos “Quites-Placet” para que ele e mais 32 maçons pudessem migrar do Grande Oriente de Goiás (GOG) para o Grande Oriente do Brasil – Goiás (GOB-GO) sem pagar suas pendências financeiras.
- A fraude foi denunciada por Abdala Hana Obeid, Grão-Mestre do GOG, que alegou que sua assinatura foi falsificada em documentos que atestavam a quitação dos débitos.
- A perícia da Polícia Científica confirmou a falsificação de assinaturas e pagamentos.
- Durante a investigação, alguns dos envolvidos confessaram que tinham ciência da fraude e participaram mesmo assim.
- Um pen-drive com mensagens de WhatsApp revelou que Avelino comemorava a falsificação e oferecia os documentos falsos por R$ 1.000,00 cada (contra os R$ 3.000,00 do procedimento legítimo), chegando a aceitar pagamento em parcelas no cartão de crédito e até em coxinhas como brincadeira.
- O Grão-Mestre do GOB-GO, Ari de Oliveira, foi alertado sobre a fraude, mas manteve a filiação dos envolvidos, resultando no rompimento da relação entre os dois líderes maçônicos.
- O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que poderá apresentar denúncia formal ou requisitar novas investigações.
Defesa
O Todo Tempo Notícias não conseguiu contato com os acusados para apresentação da defesa. O espaço segue aberto para manifestação.