sábado , 14 de junho de 2025 @ 20:38

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Foto: Divulgação

Menina de 3 anos é terceira vítima de envenenamento no Piauí

Na madrugada desta segunda-feira (6/01), foi registrada a terceira morte de uma mesma família na cidade de Parnaíba, norte do Piauí, vítima de envenenamento. Lauane da Silva, de apenas três anos, estava internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) desde quarta-feira (1/01) após consumir arroz contaminado com a substância tóxica terbufós, conhecida popularmente como “chumbinho”.

Laudo Confirma Presença de Pesticida Proibido

De acordo com o laudo da Polícia Científica do Piauí, a substância encontrada no organismo das vítimas é o terbufós, um pesticida altamente tóxico cuja comercialização é proibida no Brasil para uso doméstico.

Embora seja proibido para uso doméstico, o terbufós é autorizado pelo Ministério da Agricultura (MAPA) e pela Anvisa para controle de pragas em culturas agrícolas, como cana-de-açúcar, amendoim e feijão. Em contato com humanos, o veneno pode causar paralisia do sistema nervoso e morte.

Tragédia Familiar

No total, nove pessoas da família foram afetadas pelo envenenamento. O arroz, preparado com sobras do Réveillon, foi consumido durante o almoço de quarta-feira (1/01).

  • Primeiro óbito: Manoel Leandro da Silva, 18 anos, faleceu na ambulância do Samu.
  • Segundo óbito: Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses, morreu após dar entrada no hospital.
  • Terceiro óbito: Lauane da Silva, 3 anos, internada em estado grave no HUT, faleceu nesta segunda-feira.

Estado de Saúde dos Sobreviventes

Seguem internados:

  • Francisca Maria da Silva (32 anos): Mãe de Lauane e Igno Davi, no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba.
  • Filha de Francisca (4 anos): Internada no HUT, em Teresina.

Receberam alta:

  • Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos (padrasto de Francisca Maria);
  • Uma criança de 11 anos (filho de Francisco de Assis);
  • Uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel);
  • Maria Jocilene da Silva, 32 anos.

Envenenamento em Agosto de 2024

A mesma família já havia perdido duas crianças em agosto de 2024, após consumirem cajus envenenados. Na época, uma pessoa foi presa suspeita de entregar as frutas contaminadas. O delegado Abimael Silva afirmou que, por enquanto, não há relação confirmada entre os casos:

“Somente após os laudos poderemos trabalhar em cima dessa hipótese.”

Investigação em Andamento

A Polícia Civil apreendeu alimentos consumidos pela família, incluindo arroz, feijão e peixes recebidos como doação, para análise toxicológica. O inquérito tem prazo de 30 dias para conclusão, podendo ser prorrogado caso necessário.

Este caso reforça a necessidade de maior controle sobre o uso de substâncias tóxicas e sua venda ilegal, além de evidenciar os impactos devastadores de práticas criminosas.

(Com informações da Agência Brasil)

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