A Polícia Civil de São Paulo cumpriu, nesta sexta-feira (17/01), um mandado de prisão temporária contra um homem de 22 anos, no bairro do Tatuapé, por suspeita de envolvimento na execução de Vinícius Lopes Gritzbach. O delator foi assassinado no dia 8 de novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Investigação
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), o suspeito já havia sido preso em dezembro por policiais da ROTA, mas foi liberado em audiência de custódia. Ele é investigado por associação ao tráfico de drogas e por ligações com Kauê do Amaral Coelho, identificado como o olheiro do crime no aeroporto e atualmente foragido.
Segundo as investigações, Kauê teria circulado pelo saguão do aeroporto no dia do assassinato e, ao identificar Gritzbach dirigindo-se ao desembarque, sinalizou aos atiradores que aguardavam do lado de fora. Esses criminosos dispararam 10 vezes com fuzis e mataram Gritzbach no meio do Aeroporto.
Prisões relacionadas
Nesta quinta-feira (16), o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu a namorada de Kauê, acusada de tráfico de drogas. Ela seria responsável por comercializar os entorpecentes do namorado.
Além disso, a Corregedoria da Polícia Militar deteve 15 policiais militares suspeitos de envolvimento com o crime organizado. Um dos PMs foi identificado como o autor dos disparos de fuzil que mataram Gritzbach. Os outros 14 são acusados de prestar segurança ilegal ao delator, que também estava sendo investigado por lavagem de dinheiro e duplo homicídio.
Força-Tarefa
A SSP informou que uma força-tarefa está em andamento para localizar e prender todos os envolvidos no assassinato. Kauê, que tem um mandado de prisão expedido, foi o primeiro suspeito identificado, ainda em novembro de 2024.
Mandante
De acordo com a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, há duas linhas de investigação para identificar o mandante do crime. Ambas apontam para um envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). “Foi um crime encomendado por algum membro do PCC. As duas linhas estão bastante avançadas”, afirmou a delegada.
Delação
Gritzbach, que havia firmado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em março de 2024, revelou informações sigilosas sobre crimes cometidos por membros do PCC. Em outubro, o MP enviou à Corregedoria da Polícia trechos da delação que denunciavam policiais civis por extorsão.
No dia 31 de outubro, Gritzbach foi ouvido na Corregedoria, apenas oito dias antes de ser executado. Ele também forneceu detalhes sobre um esquema de lavagem de dinheiro operado pela facção criminosa.
(Com informações da Agência Brasil)