O ex-presidente Jair Bolsonaro foi intimado a prestar depoimento à Polícia Federal (PF) no próximo dia 5 de junho, às 15h, na sede da corporação em Brasília. A oitiva ocorre no âmbito do inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
A investigação, solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), apura supostos crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Segundo a PGR, Eduardo tem atuado nos Estados Unidos para pressionar autoridades norte-americanas a impor sanções a ministros do STF, ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, e a delegados da PF.
Pressão política internacional
Desde fevereiro, Eduardo Bolsonaro está nos EUA e, conforme o inquérito, tem usado suas redes sociais e contatos com o governo Donald Trump e membros do Congresso americano para tentar influenciar decisões contra o Judiciário brasileiro.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, destacou que Jair Bolsonaro seria diretamente beneficiado pela campanha do filho, já que é réu em outro processo sobre a tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Clima de tensão entre aliados
A convocação de Bolsonaro aumentou a tensão no núcleo bolsonarista. Segundo aliados, há temor de prisão preventiva ou de medidas cautelares por parte de Moraes, inclusive o bloqueio de bens. A possibilidade de uma detenção em flagrante, caso o ministro entenda que há crime em curso, também não é descartada nos bastidores.
Estratégia de narrativa
Para aliados de Eduardo Bolsonaro, a investigação é vista como uma oportunidade de fortalecer a narrativa de perseguição política que ele e o pai sustentam desde que deixaram o poder. Essa linha tem sido usada para obter apoio internacional e consolidar vínculos com a ala conservadora dos EUA.