A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) aplicou uma multa de R$ 37,5 milhões à empresa Ouro Verde Construções e Incorporações Ltda, responsável pelo lixão que desabou e contaminou cursos d’água em Padre Bernardo, no Entorno do Distrito Federal. O desastre ambiental levou à interdição imediata do local, que não poderá mais receber resíduos.
A penalidade, aplicada na última terça-feira (1º), é o primeiro auto de infração emitido pela Semad contra a empresa. Desde o desabamento, o órgão atua junto à prefeitura para remover cerca de 42 mil metros cúbicos de lixo que escorreram e atingiram áreas de preservação permanente.
Segundo a secretária estadual Andréa Vulcanis, o impacto ambiental é considerado “gravíssimo”, com chorume escorrendo para o córrego Santa Bárbara e o rio do Sal. “A situação é crítica. Centenas de toneladas de lixo atingiram o curso d’água, provocando danos severos”, afirmou. O uso da água, antes consumida por agricultores locais, foi proibido até que a descontaminação seja concluída.
🚨 Estado de emergência
A prefeitura de Padre Bernardo decretou estado de emergência por 180 dias. Caminhões-pipa e galões de água estão sendo distribuídos para abastecer as famílias afetadas.
🌱 Ações emergenciais
Para reduzir o impacto imediato, uma motobomba está sendo usada para transpor a água do córrego Santa Bárbara de um ponto anterior ao desastre para outro posterior ao desabamento, com o objetivo de reduzir os níveis de contaminação.
⚖️ Histórico de irregularidades
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) revelou que o lixão já operava de forma irregular, sem licença ambiental, e dentro de área de preservação permanente. Uma ação civil pública chegou a solicitar a interdição do local em 2021, mas uma liminar foi posteriormente cassada, permitindo que o aterro continuasse funcionando.
Em nota, a Ouro Verde lamentou o ocorrido e disse estar comprometida com a mitigação dos danos ambientais, prometendo colaborar com as autoridades para evitar novos riscos.
📌 O caso reacende o alerta sobre a gestão inadequada de resíduos sólidos e a necessidade urgente de fiscalização e investimentos em políticas ambientais no estado.