A saúde pública de Goiânia enfrenta mais um impasse com a interrupção dos atendimentos eletivos na Fundação Banco de Olhos, localizada na capital. Desde a última segunda-feira (20/01), a unidade passou a atender apenas casos de urgência sem necessidade de cirurgia e pós-operatórios. A medida foi adotada devido a atrasos no pagamento de salários aos funcionários, atribuídos à inadimplência da Prefeitura de Goiânia.
Repasse parcial da Prefeitura
Em um esforço para normalizar a situação, a Prefeitura de Goiânia realizou um repasse de R$ 1,6 milhão na tarde de quarta-feira (22/01). A medida foi anunciada após reuniões entre o prefeito Sandro Mabel (UB) e o secretário municipal de saúde, Luiz Gaspar Machado Pellizzer. No entanto, a verba cobre apenas uma fração das pendências financeiras acumuladas desde a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade).
A direção da Fundação Banco de Olhos informou que o montante é insuficiente para regularizar todos os salários em atraso e não contempla a aquisição de insumos essenciais ao funcionamento pleno da unidade. Por conta disso, os atendimentos eletivos seguem suspensos, comprometendo o acesso da população a consultas e procedimentos agendados previamente.
Impactos no atendimento
A Fundação Banco de Olhos é reconhecida pelo atendimento especializado em oftalmologia e desempenha papel crucial na rede de saúde de Goiânia. Com a suspensão dos atendimentos eletivos, milhares de pacientes enfrentam a incerteza quanto à realização de procedimentos necessários. Muitos deles são idosos ou portadores de doenças oculares graves que demandam acompanhamento contínuo.
Apesar do repasse inicial, ainda não há previsão de quando a situação será normalizada. A gestão municipal e a Fundação seguem negociando soluções para quitar as dívidas e restabelecer os serviços de forma plena.
Contexto financeiro
O problema financeiro que afeta a Fundação Banco de Olhos é reflexo de atrasos nos repasses por parte da gestão pública municipal, um histórico que remonta à administração anterior. Mesmo com o aporte recente, a falta de planejamento e o acúmulo de pendências colocam em risco a continuidade dos serviços prestados pela unidade.
A população espera por soluções definitivas que assegurem a regularidade dos atendimentos e a manutenção da qualidade do serviço oferecido. Enquanto isso, casos de urgência continuam sendo atendidos na medida do possível, mas a demanda reprimida aumenta a pressão sobre a rede pública de saúde.
Prefeito e secretaria de saúde sob pressão
O prefeito Sandro Mabel e o secretário Luiz Gaspar Machado Pellizzer têm sido alvo de críticas por parte de pacientes, familiares e profissionais da saúde. A demora em resolver os atrasos salariais e a consequente interrupção dos atendimentos apontam para a necessidade urgente de medidas mais eficazes e de longo prazo para garantir a sustentabilidade financeira da unidade.
A Prefeitura ainda não divulgou um cronograma detalhado para novos repasses ou a previsão de normalização dos atendimentos eletivos. Enquanto isso, a população segue aguardando por respostas concretas e soluções que minimizem os impactos dessa crise.