sábado , 19 de julho de 2025 @ 02:44

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Hipertensão infantil cresce no Brasil e acende alerta em data de combate à doença

A hipertensão arterial, vista por muitos como um mal exclusivo da terceira idade, tem mostrado sua face precoce em um número crescente de crianças e adolescentes. O dado alarmante da SBH (Sociedade Brasileira de Hipertensão), que serve de alerta neste Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (26 de abril), mostra que pelo menos 3,5 milhões de jovens brasileiros já convivem com a pressão alta.

A cardiopediatra, membro da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), Mirna de Sousa conta que a hipertensão infantil é uma realidade cada vez mais comum no consultório. “Muitos pais se surpreendem com o diagnóstico. Geralmente eles associam a doença apenas a adultos e idosos. Mas o coração também pede atenção desde cedo.”

Segundo a especialista, dois fatores explicam, em grande parte, o aumento de casos: a carga genética e os hábitos não-saudáveis, como o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, o sedentarismo e a rotina marcada por poucas horas de sono e altos níveis de estresse. Embora silenciosa em adultos, a doença tende a se manifestar com mais sinais na infância. “Cefaleia recorrente, dor no peito, sangramento nasal e até falta de ar podem ser indícios de que algo está errado”, explica Sousa.

Ainda pouco incorporado à rotina pediátrica, o simples ato de medir a pressão arterial pode fazer a diferença no diagnóstico precoce. A recomendação da SBP é que a aferição seja feita a partir dos 3 anos de idade, ou antes, em casos específicos, como bebês prematuros ou crianças com sintomas sugestivos. “O equipamento usado deve ser adequado à circunferência do braço da criança, que é mais fina. Isso evita erros nos resultados e garante uma avaliação mais precisa”, destaca a médica.

Tratamento é específico

O tratamento varia de acordo com o tipo de hipertensão. Nos casos primários, relacionados à genética e ao estilo de vida, o foco inicial é a reeducação alimentar e a inclusão de atividades físicas no dia a dia. Já nos quadros secundários, causados por outras doenças, o controle da enfermidade de base se torna prioridade, com possível introdução de medicamentos de forma mais precoce.

“Quanto mais cedo a pressão arterial se desregula, maior o tempo de exposição dos órgãos a danos. E estamos falando de estruturas fundamentais como coração, rins, cérebro e vasos sanguíneos”, finaliza a cardiopediatra.

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