Aos 12 anos, uma menina de São Paulo passa horas grudada no celular, animada com cada notificação ou novo seguidor. Seu perfil no Instagram e Snapchat está aberto, permitindo que qualquer pessoa veja suas postagens. Esse comportamento, que acontece sem o consentimento da família, preocupa sua mãe, Suzana Oliveira, de 41 anos.
Ela não está sozinha. Uma pesquisa da Unico e do Instituto Locomotiva, divulgada no Dia Internacional da Proteção de Dados (28/01), revela que 1 em cada 3 perfis de crianças e adolescentes de 7 a 17 anos no Brasil é totalmente aberto. Isso significa que fotos, localizações e informações pessoais estão expostas a qualquer um na internet.
Os riscos da exposição on-line
A pesquisa, realizada com 2.006 responsáveis por menores, aponta que:
- 47% das crianças e adolescentes não controlam quem os seguenas redes sociais, interagindo com desconhecidos.
- 61% compartilham fotos pessoais, marcam localizações e identificam familiares, aumentando a vulnerabilidade.
- 33% postam fotos usando uniforme ou identificando a escola, o que pode colocar sua segurança em risco.
Diana Troper, diretora de proteção de dados da Unico, alerta: “Fotos e informações compartilhadas criam um mapa de vulnerabilidades, explorado por fraudadores e pessoas mal intencionadas”.
O impacto na saúde mental
Suzana, mãe da menina de 12 anos, relata que o uso excessivo do celular gerou crises de ansiedade, choro e mau humor na filha. Mesmo com atividades esportivas regulares, as redes sociais têm afetado sua saúde emocional.
O que os pais podem fazer?
Apesar de 86% dos pais acreditarem que devem educar os filhos sobre proteção de dados, 73% desconhecem ações que podem causar vazamentos. Diana Troper reforça a importância de perfis fechados e da educação digital para proteger as crianças.
Dicas para proteger seus filhos:
- Monitore o tempo de telae o conteúdo acessado.
- Oriente sobre os riscosde compartilhar fotos e informações pessoais.
- Use ferramentas de controle parentalpara limitar o acesso a redes sociais.
- Ensine a criar senhas segurase evitar links suspeitos.
(Com informações da Agência Brasil)