O ex-ministro do Turismo Gilson Machado foi preso na manhã desta sexta-feira (13) no Recife (PE), sob suspeita de tentar ajudar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, a deixar o Brasil com um passaporte português.
A operação é conduzida pela Polícia Federal e foi autorizada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação formal contra Machado. Cid, que é delator em processos que envolvem o ex-presidente Bolsonaro, foi alvo de mandados de busca em Brasília.
Segundo a PF, Gilson Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal, em maio, com o objetivo de facilitar a emissão do documento europeu para Cid. Em nota anterior à sua prisão, Machado alegou que o contato com o consulado foi para renovar o passaporte do pai.
A tentativa de obtenção de um passaporte estrangeiro para Cid levanta suspeitas de uma possível fuga do país em meio às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Cid, Bolsonaro e outros aliados são réus em ações que investigam articulações para manter o ex-presidente no poder mesmo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.
Gilson Machado foi ministro do Turismo entre 2020 e 2022, presidente da Embratur e já disputou cargos eletivos por Pernambuco. Em 2024, concorreu à prefeitura do Recife pelo PL e terminou em segundo lugar. Ele também é conhecido por sua atuação como sanfoneiro da banda de forró Brucelose.
O ex-ministro estava escalado para se apresentar nas festividades de São João de Caruaru no próximo dia 24. Com a prisão, sua participação foi automaticamente cancelada.
A defesa de Gilson Machado ainda não se manifestou publicamente após a prisão.